2012
Organização: Grupo de Estudos do
Centro de Pesquisa em Arte e Fotografia do Departamento de Artes Plásticas da
Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo
Coordenador: Prof. Dr. Domingos
Tadeu Chiarelli
Data: de 05 a 09 de novembro de
2012
Horário: 15:30h às 20h00Local: Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
Horário
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Dia 5
Segunda-feira
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Dia 6
Terça-feira
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Dia 7
Quarta-feira
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Dia 8
Quinta-feira
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Dia 9
Sexta-feira
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15h30
às
17h30
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Mesa 1
Mirian Seraphim
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Mesa 1
Thiago Gil Virava
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Mesa 1
Cláudia Leão
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Mesa 1
Mariana Bernd
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Mesa 1
Luciano B. Costa
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Mesa 2
Amélia Siegel Corrêa
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Mesa 2
Ana Cândida F. Avelar Fernandes
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Mesa 2
Roberta Dabdab
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Mesa 2
Andreas Valentin
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Mesa 2
Regina Maurício da Rocha
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17h30
às
18h00
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Intervalo
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18h00
às
20h00
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Palestra
Tomás Ezequiel Bondone
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Depoimento
Mauro Restiffe
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Palestra
Norval Baitello Jr.
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Depoimento
Emmanuel Nassar
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Palestra
Ibis Abascal
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Crítico
Heloísa Espada
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Crítico
Tadeu Chiarelli
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Dia 5
– Segunda-feira – 15h30 às 17h30
O
uso da fotografia na criação e no estudo da obra de Visconti
Mirian Seraphim
Em 1924, Eliseu Visconti(1866-1944) realizou os
retratos de dois dos ex-presidentes da Associação Comercial de Santos/SP (o 6°
e o 9°), para o salão principal da sua nova sede. Visconti teve o cuidado de
inscrever sobre seus retratos: “D’Aprés – Photographia”. Esse registro é um
depoimento material, deixado pelo próprio pintor, do uso que ele fazia da
fotografia, para a criação de algumas de suas obras. Nos arquivos da família,
encontram-se ainda várias fotos que nos remetem claramente a determinadas
pinturas, como no interessante caso de Volta
às trincheiras, na qual está representado um soldado que se despede de uma
jovem, com um uniforme idêntico ao que pode ser visto em uma foto de época.
Além de fotografias de políticos contemporâneos, representados em grandes
quadros encomendados, foram encontradas também fotos de mobiliário ou recantos
de paisagens que aparecem em suas composições. Também há o registro fotográfico
do próprio Visconti com uma câmera nas mãos, o que demonstra o seu interesse
também em conseguir ele próprio os instantâneos que usaria. Além disso, a
comunicação versará sobre o papel da fotografia como auxiliar na difícil e
perigosa tarefa de autenticar pinturas atribuídas ao mestre, que surgem no
mercado de arte ou em coleções particulares.
Mirian Seraphim - Doutora (2010) e
mestre (2003) em História da Arte pela Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp). Professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de
Mato Grosso (IFMT). Colaboradora do Projeto Eliseu Visconti, é autora do livro Eros adolescente: No verão de Eliseu
Visconti (Campinas/SP: Autores Associados LTDA, 2008).
A fotografia na trajetória e na
pintura de Alfredo Ansersen: fontes, usos e funções
Amélia Siegel Corrêa
Pretendo abordar alguns aspectos da presença da
fotografia na trajetória e na obra do pintor norueguês radicado no Paraná,
Alfredo Andersen (1860-1935). Em primeiro lugar, o acervo fotográfico deixado
pelo pintor se mostrou um fecundo material para re-compor a sua trajetoria
social, mostrando-se uma fonte importante de significados. Num segundo momento,
mostrarei como Andersen viabilizou a sua inserção no incipiente campo artístico
paranaense a partir da retratística, que tinha com frequencia a fotografia como
base, mas também pela relação de trocas e de amizade com os fotografos locais.
A relação da pintura com a fotografia também sem faz ver em algumas paisagens,
comprovando que mais do que concorrentes, a fotografia foi uma aliada de muitos
pintores brasileiros do início do seculo XX.
Amélia Siegel Corrêa - Doutoranda em Sociologia na
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas pela Universidade de São
Paulo (FFLCH-USP). Mestre em Sociologia pela Universidade Federal do Paraná
(2006), graduada em Ciências Sociais pela UFPR (2002). Diretora do Atelier de
Arte do Museu Alfredo Andersen.
18h00 às 20h00
Conferência de Tomás Ezequiel Bondone
Tomás Ezequiel Bondone – Professor Titular de História da Arte na Escola Superior de Belas Artes Dr.
José Figueroa Alcorta, (instituição fundada por Emilio Caraffa, em 1896).
Estudou Museologia no Instituto Superior de Formação Docente e Técnica Nº 8, da
cidade de La Plata, e Arquivologia, na Universidade Nacional de Córdoba. Membro
do ICOM (Conselho Internacional de Museus) e do CAIA (Centro Argentino de Investigadores de Arte). Foi bolsista da
Fundação Antorchas, da AECID (Agencia Espanhola de Cooperação Internacional
para o Desenvolvimento), do Ministério da Cultura da Espanha e da Secretaria de
Cultura da Nação (Argentina). No ano de 2008 publica seu livro Caraffa
(Ediciones Museo Caraffa) após anos de pesquisa sobre a obra do artista.
Realizou projetos curatoriais para diversas instituições tais como: Fundação
OSDE; Museu Emilio Caraffa; Museu Nacional Estancia
Jesuítica de Alta Gracia – Casa del Virrey Liniers; Fundação Benito Roggio;
Fundação YPF; Centro Cultural Recoleta; Itaú Cultural e Centro Cultural
Espanha-Córdoba (CCEC). Diretor do Museu de Belas Artes Evita – Palacio Ferreyra. Em
2011 recebe o título de Mestre em administração, legislação e conservação do
patrimônio cultural material, outorgado pela Universidade Nacional de Córdoba.
Dia 6
– Terça-feira – 15h30 às 17h30
O
corpo entre dois sistemas de figuração. O surrealismo de Ismael Nery e Flávio
de Carvalho
Thiago Gil Virava
Em 1944, refletindo
sobre a situação da arte naquele momento, o poeta surrealista André Breton percebia
uma polarização dos debates sobre pintura entre o que chamava de "dois sistemas
de figuração": o primeiro procurava manter, mesmo que de forma oblíqua ou
alterada, um contato com o "mundo exterior" e sua representação no
espaço do quadro; o segundo, rompia decididamente com essa postura, exingindo
do quadro que extraísse suas virtudes de seus próprios elementos constitutivos.
Para Breton, ambos seriam tendências expressivas complementares, que conviveram
durante os mais de vinte anos da trajetória surrealista nas artes visuais.
Tomando essa proposição de Breton como ponto de referência, a comunicação
pretende avaliar como um conjunto de obras dos artistas brasileiros Ismael Nery
e Flávio de Carvalho dialoga de maneira original com ambos "sistemas de
figuração" surrealista. Um diálogo mediado sobretudo pela exploração das
possibilidades de representação do corpo humano.
Thiago Gil Virava. Graduado em Artes
Plásticas pela ECA-USP. Participa desde 2007 do Grupo de Estudos em
Arte&Fotografia na mesma instituição. Em 2008, fez parte da equipe de
pesquisadores da 28ª Bienal de São Paulo. Organizou, entre novembro de 2011 e
março de 2012, o Ciclo de Encontros História(s) da Arte no Brasil, na
Biblioteca Mário de Andrade. Atualmente, desenvolve pesquisa de mestrado junto
ao Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da ECA-USP, sobre a percepção do
movimento surrealista no Brasil entre as décadas de 1920 e 1940.
Deformação expressiva e abstração informal: a
"arte brasileira" de Lourival Gomes Machado
Ana Cândida F. de Avelar Fernandes
Lourival Gomes Machado foi professor de Política e História da Arte da
Universidade de São Paulo, durante os anos 1950, quando também dirigiu o Museu
de Arte Moderna de São Paulo e as 1a e 5a Bienais patrocinadas pela
instituição, além de atuar como crítico dos jornais O Estado de S. Paulo e
Folha da Noite e das revistas Clima, < em>Acrópole e Habitat. Para ele,
haveria uma arte brasileira autêntica, formada no século XVIII, sob o signo do
barroco, e que se estenderia, até o início de 1960, à abstração informal, sendo
que no século XIX a implantação da Academia de Belas Artes constituiria uma
interrupção desse curso. Nos anos 1940, volta-se ao modernismo brasileiro, mas,
entre 1950 e 1960, passa a entender a abstração informal como vertente mais
significativa, tanto da produção brasileira como internacional. Em sua crítica,
aquilo que antes apreciava na pintura figurativa de deformação expressiva passa
a reconhecer na abstração informal. Sendo assim, a pintura brasileira é
caracterizada por formas, e não assuntos, que dizem respeito à mentalidade
local. Nesta comunicação pretende-se discutir a noção de arte brasileira de
Gomes Machado a partir de sua crítica sobre a produção pictórica realizada no
país, buscando investigar o pensamento desse cr ítico de prestígio hoje pouco
conhecido devido à dispersão de sua crítica.
Ana Cândida F. de
Avelar Fernandes - Doutoranda em Artes Visuais pela Escola de Comunicação e Artes Universidade
de São Paulo (ECA-USP), mestre em Literatura Brasileira e bacharel em Letras
Português pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da
mesma universidade. Tem ministrado cursos sobre história e crítica de arte e
ilustração de livros, no Museu Lasar Segall, Centro Cultural São Paulo, MASP e
ECA/USP, entre outros. Integra o Centro de Pesquisa Arte & Fotografia do
Departamento de Artes Plásticas da Escola de Comunicações e Artes da
Universidade de São Paulo.
18h00
às20h00
Depoimento de Mauro Restiffe
Mauro Restiffe
Mauro Restiffe - São José do Rio
Pardo, SP, 1970. Fotógrafo. Graduado em Cinema pela Faculdade de Comunicação da
Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), em São Paulo, em 1993, ano em que
participa do 1º Mês Internacional da
Fotografia, no Sesc Pompéia, em São Paulo. Em 1994, recebe o Prêmio Estímulo de Fotografia, concedido
pela Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo. Estuda fotografia no
International Center of Photography, em Nova York, entre 1994 e 1995. Contemplado,
em 2000, com a bolsa ApARTES, concedida pelo Ministério da Cultura (MinC). Em
2001 recebe dois prêmios, ambos em Nova York: The Louis Comfort Tiffany Biennial Award e Rema Hort Mann Art Grant. Entre 2001 e 2003, estuda no departamento
de artes da Universidade de Nova York. Em 2009 participa da exposição PhotoEspaña09, em Madri, Espanha. Em 2011 expõe em Ultrech, na
Holanda, na mostra Spacecraft Icarus 13. Narratives
of Progress from Elsewhere, Basis voor Actuele Kunst (BAK). No mesmo ano, apresenta exposição no Museu de
Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo – MAC/USP, e recebe o Prêmio BES, na Pinacoteca do Estado de
São Paulo, Brasil; Museu Colecção Berardo, Lisboa, Portugal.
Comentário crítico
Heloísa Espada
Resumo:
a comunicação versará sobre o trabalho fotográfico de Mauro Restiffe.
Heloísa Espada – Doutora (2011) e Mestre (2006) em História,
Teoria e Crítica da Arte pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de
São Paulo. Graduada em Educação Artística (1997) pela Universidade
do Estado de Santa Catarina. Coordenadora da área de artes visuais do Instituto
Moreira Salles, onde desenvolve projetos curatoriais. De 2007 a 2008,
pesquisadora do projeto Documents of 20th
Century of Latin America and Latino Art, do International Center for the
Arts of the Americas do Museum of Fine Arts, Houston, em parceria com a
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. Integra o Centro de
Pesquisa Arte & Fotografia do Departamento de Artes Plásticas da ECA/USP.
Dia 7
– Quarta-feira – 15h30 às17 h30
A imagem digital e as suas variantes
Cláudia Leão
Esta
aprtesentação pretende traçar as relações vinculatórias entre a produção
excessiva e seus portadores. Neste cenários apontamos duas naturezas de imagens
com raiz informativa: as infoimagens circulatórias e
as infoimagens cotidianas, como essa produção são
alterados os modos de acesso, relação e vínculos com as imagens.
Cláudia Leão - Fotógrafa e pesquisadora.
Professora da Faculdade de Artes Visuais
da Universidade Federal do Pará (UFPa) e convidada no Senac/Moda, em São Paulo.
Doutora em Comunicação e Semiótica, pela PUC/SP. Participou de diversas
coletivas nacionais e internacionais, entre as quais Rumos Visuais, no Instituto Cultural Itaú e Visões e Alumbramentos Fotografia
Contemporânea Brasileira na Coleção Joaquim Paiva. Tem trabalhos publicados
nas obras Mapas Abiertos Fotografía
Latinoamericana 1991-2002 e Fotografia no Brasil: um olhar das origens
ao contemporâneo.
A
maximização do mínimo: a fotografia esvaziada
Roberta
Dabdab
A presente pesquisa tem como objeto a imagem
digital e suas relações com a fotografia. Sua hipótese central é que as novas
tecnologias da comunicação possibilitam um redimensionamento dos modos de se
ver e interpretar as imagens, dado o caráter ambíguo, como mostra Flusser, do
seu processo semiótico de "informar".
Parte-se do pressuposto de que a criação tecnológica, depende de uma
cumplicidade com o aparelho e, nesse sentido, o seu interesse crítico deve
estar na subversão e no embate com a máquina, possibilitando novas
visualidades. Nessa perspectiva, elegemos como corpus de pesquisa o conceito de "Esvaziamento" –
procedimento em pós-produção nas imagens digitais, que sofrem a diminuição da
sua carga informativa, explorando a redução do sistema e da programação -- como proposta de
desautomizar o olhar. Será apresentado um conjunto de imagens que a
pesquisadora denomina de "Fotografia Esvaziada",um processo
desenvolvido em pós-produção de se chegar ao vazio máximo possível da matéria digital por meio da
interferência nos "pixels
dimensions" das imagens no software Photoshop, que dialoga com os
pressupostos teóricos da pesquisa e as transforma em imagens voláteis. A
Fotografia Esvaziada define-se como uma
estética aliada ao pensamento da atualidade que pressupõe a leveza, o pequeno
formato, a desconstrução, a desmaterialidade/ os pixels.
Roberta Dabdab - Fotógrafa e artista visual. Mestre em Comunicação e
Semiótica na PUC-SP com a dissertação A
Maximização do Mínimo: uma estética para tempos hipersaturados ou a Fotografia
Esvaziada.
Participa de diversas exposições individuais e coletivas entre as quais: Do Espaço Estilhaçado e O Corpo
Transfigurado (2009), sob curadoria de Eder Chiodetto, no espaço Micasa, e Derivas (2005), na Galeria Vermelho, em
São Paulo, ambas, mostras coletivas; a individual A Língua das Coisas (2006), na Pinacoteca do Estado de São Paulo,
além de I carry your heart, I carry it in
my heart (2008), uma investigação sobre o coração para a realização de um
livro futuro , o projeto Através da Porta
(2009), dentro do X-Moradias no SESC Consolação, desenvolvido juntamente com a
artista e pesquisadora Giselle Beiguelman.
18h00
às 20h00
Valor
de Exposição
Norval Baitello Jr.
Walter Benjamin escreveu sobre a passagem de um sistema de produção de imagens que ainda reivindicavam um estatuto de obra de arte, para uma época de supremacia do valor de exposição, o que hoje constatamos na exponibilidade inflacionada das imagens mediáticas. Portanto, já era possível identificar no início do século XX imagens nas quais o valor artístico desempenhava um papel de transição entre o valor de culto e o valor de exposição, este último muito mais imperativo nas imagens reprodutíveis tecnicamente e nas imagens mediáticas. Desse modo, o conceito de valor de exposição é central para a discussão da proliferação e consumo da imagem nos dias atuais.
Norval Baitello Jr. - Doutor em Comunicação pela
Freie Universität Berlim, em 1987. Professor (quadro de carreira categoria
titular) da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Desde 2007,
é coordenador de área Comunicação e Ciências da Informação (CHS II) na Fapesp.
Foi diretor da Faculdade de Comunicação e Filosofia da PUC-SP e professor
convidado das universidades de Viena, Sevilha, S. Peterburg, Autônoma de
Barcelona e Évora. É autor de diversos livros entre os quais: A Serpente, a maçã e o holograma (2010);
La era de la iconofagia (Sevilha,
2008), Flussers Völlerei (Köln, 2007)
e A era da iconofagia: ensaios de
comunicação e cultura (São Paulo: Hacker, 2005). Fundou e dirige o Centro Interdisciplinar de
Pesquisas em Semiótica da Cultura e da Mídia (CISC).
Dia 8 – Quinta-feira – 15h30 às 17h30
Pinturas de Paisagem Amazônica e a Construção de
um Imaginário da Cultura Popular
Mariana Bernd
A comunicação procura documentar e analisar as pinturas populares que
representam a floresta amazônica, produzidas nos séculos xx e xxi, utilizadas
na comunicação visual e na decoração dos interiores e das fachadas de
estabelecimentos comerciais e residenciais, localizados no centro de Manaus,
capital do Amazonas. É possível encontrar diversos significados nessas
pinturas, que se destacam em meio à poluição visual e à agitação da cidade.
Evocando reiteradamente o repertório imagético da Amazônia, misturam a mitologia
local com ícones universais das cidades contemporâneas, além de incorporarem
elementos da estética brega que impera na região Norte do país. As pinturas de
paisagem amazônica – termo utilizado pelos próprios pintores para descrever seu
ofício – provocam reflexões sobre a produção atual das artes gráficas populares
brasileiras e, mais especificamente, sobre como essa expressão pictórica
sobrevive e prolifera em Manaus.
Mariana Bernd – Mestre em Design e
Arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São
Paulo – FAU/USP, em 2011, com a dissertação Pinturas
de paisagem amazônica e a construção de um imaginário da cultura popular.
Graduada em Desenho Industrial/ Programação Visual, pela Universidade
Mackenzie, 1996. Leciona História do Design Gráfico e Design Editorial, para a
turma de 3º ano do curso de Publicidade e Marketing, na Faculdade de Campinas
[FACAMP], desde 2005.
Registro
e arte na fotografia amazônica de George Huebner.
Andreas
Valentin
Fotógrafo, botânico
e naturalista, George Huebner (Dresden, 1862-Manaus, 1935) estabeleceu-se em
Manaus no final do século XIX. A partir de seu ateliê Photographia Allemã,
realizoufotografias que retratamos processos da modernidade em Manaus e Belém,
a sociedade da economia da borracha, a natureza amazônica, como também
indígenas no campo e no estúdio. Como editor, Huebner produziu séries de
cartões postais e álbuns fotográficos. Analisaremos aqui alguns aspectos de sua
produção apontando para uma fotografia que, impregnada de valores humanísticos,
situa-se na larga fronteira entre o registro e a arte.
Andreas Valentin – Fotógrafo e pesquisador, formado em História da Arte e Cinema (SwarthmoreCollege, EUA). Mestre em Ciência da Arte (UFF) e Doutor em História Social (UFRJ). É professor-adjunto de fotografia na UERJ. Coordena curso de pós-graduação em Fotografia no IUPERJ da Universidade Candido Mendes, do qual também é Coordenador de Ensino. Membro da Associação Brasileira de Antropologia, pela qual foi vencedor do Prêmio Pierre Verger de Fotografia (2004). É autor de três livros sobre o Festival de Parintins (1999, 2001 e 2005), o mercado SAARA no Rio de Janeiro (2010) e o fotógrafo alemão George Huebner (2012).
18h00
às 20h00
Depoimento de Emmanuel Nassar
Emmanuel Nassar
Emmanuel Nassar – Nasceu em
Capanema, no Estado do Pará, em 1949. Graduado em Arquitetura pela Universidade
Federal do Pará. Ao longo de sua carreira realizou diversas exposições
individuais e coletivas, entres as quais Emmanuel
Nassar a Óleo, na Galeria Milan, em São Paulo, em 2010, e Fachada Invertida, no Centro Universitário Maria
Antonia, São Paulo, em 2009.
Participou de bienais como a Bienal
de São Paulo, 20ª e 24ª edições, em 1989 e 1998, respectivamente, além da Bienal de Veneza, em 1993, na qual fez
parte da representação brasileira. Em 2003/4 realizou a retrospectiva A Poesia da Gambiarra, com curadoria de
Denise Mattar, nas seguintes cidades: Rio de Janeiro e Brasília, no Centro
Cultural Banco do Brasil – CCBB; além de São Paulo, no Instituto Tomie Ohtake.
Tem obras em diversos acervos públicos, entre os quais: Museu de Arte Moderna
de São Paulo; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; Museu de Arte
Contemporânea de Niterói; Museu do Estado do Pará, University Essex Museum, na
Inglaterra.
Comentário Crítico
Tadeu Chiarelli
Resumo:
a comunicação versará sobre o uso que o artista Emmanuel Nassar faz de
fotografia em seu trabalho.
Tadeu Chiarelli – Possui graduação em Educação Artística (1979),
Mestrado (1989) e Doutorado (1996), pela Universidade de São Paulo. Prestou
concurso para Livre-Docência, em 2005, e para Professor Titular, em 2010,
também pela USP. Professor junto ao Departamento de Artes Plásticas, leciona na
Graduação e Pós-Graduação. Orientador junto ao Programa de Pós-Graduação de
Artes Visuais. Área de Concentração: Teoria, Ensino e Aprendizagem da Arte;
Linha de Pesquisa: História, Crítica e Teoria da Arte. Atuação: História da
Arte, Teoria da Arte, Crítica da Arte, Arte e Fotografia, Arte Brasileira
Contemporânea. Entre 1996 e 2000 foi Curador-Chefe do Museu de Arte Moderna de
São Paulo. Entre agosto de 2007 e maio de 2010 foi Chefe do Departamento de
Artes Plásticas. Coordena o Centro de Estudos Arte&Fotografia e o Grupo de
Estudos em Crítica de Arte e Curadoria, ambos no Departamento de Artes
Plásticas da ECA-USP. Em abril de 2010 foi nomeado Diretor do Museu de Arte
Contemporânea da USP. Tem livros publicados sobre Arte e Crítica de Arte no
Brasil. Possui bolsa produtividade CNPq (Nível 2),
desde 2009.
Dia 9
– Sexta-feira – 15h30 às 17h30
Fotografia e
percepção na metrópole moderna e contemporânea
Luciano B. Costa
Essa comunicação
aborda a relação fotografia / metrópole / percepção, tendo por objetivo pensar
a potência crítica da fotografia orientada para a metrópole contemporânea. O
entendimento desta ‘potência crítica’ no presente e como termo atuante na
relação entre estes três elementos, parte do exame desta relação na metrópole
moderna, tendo em vista ali terem-se criado seus fundamentos, referências e
contrapontos, os quais, direta ou indiretamente, participam da produção
contemporânea. A explicitação desta relação triádica é balizada pelas reflexões
de Walter Benjamin acerca das metrópoles modernas, tendo como elemento
orientador a noção de imagem dialética, que será retrabalhada por
George Didi-Huberman em sua concepção de imagem crítica. Assim, nesta
comunicação, no que se refere à metrópole contemporânea, opera-se com esta
concepção de imagem crítica como meio de reflexão e análise sobre a
relação fotografia / metrópole / percepção, tendo como núcleo um conjunto de
fotografias de Andreas Gurski e Michael Wesely.
Luciano B. Costa – Doutor pela
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo – FAU/USP
na área de Projeto, Espaço e Cultura.
Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (2001), graduado em
Ciências Sociais pela mesma universidade (1991). Professor do Instituto de
Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (IAU-USP) e da Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas).
Manhatta – a instauração do futuro
Regina Maurício da Rocha
Manhatta – a instauração do futuro
As fotografias de Nova York, realizadas por Paul Strand entre 1915 e
1916, bem como o filme Manhatta, de 1921, realizado em parceria com o
fotógrafo Charles Sheeler, serão o tema central dessa fala. Em “Photography”,
artigo publicado em 1917, Strand aproxima a inventividade de alguns fotógrafos,
“que sentiram a necessidade de desenvolver uma nova forma”, à dos arquitetos,
criadores dos arranha-céus.
Regina Maurício da
Rocha - graduada em Arquitetura, pela FAU MACK, em 1983 e mestre em Filosofia pela FFLCH USP, em 1997. Foi
professora de História da Arte na Faculdade de Fotografia do Centro de Comunicação
e Artes SENAC, entre 1999 e 2002. Atualmente, participa – como pesquisadora
convidada – do curso de pós-graduação, intitulado Discursos do Ensaio
Fotográfico, na ECA USP, ministrado pelo prof. dr. João Musa.
18h00
às 20h00
Conferência de Ibis Abascal
Ibis Hernández Abascal – Fez parte da
equipe de curadores da Bienal de Havana (em 2010). Pesquisadora do Centro
Wifredo Lam. Tem graduação em História da Arte pela Faculdade de Artes e Letras
da Universidade de Havana, em Cuba. Fez parte da equipe de fundadores do Centro
de Arte Contemporânea Wifredo Lam, instituição onde trabalha desde 1985. Foi
curadora de várias exposições de arte cubana e latino-americanas, exibidas
tanto em Cuba como no exterior. Integrou durante as Segunda, Terceira e Quarta
Bienais de Havana a comissão de controle e recepção de obras e foi co-curadora
da Quinta à Décima Primeira edições, como integrante da equipe de especialistas
do Departamento de Investigação e Curadoria do mencionado Centro. É
colaboradora em diversas publicações especializadas em artes visuais e cultura,
tais como: Arte Cubano, Inter Art Actuel (Canadá), Atlantica Internacional
(Espanha), Artefacto (Nicarágua), Chasqui (Alemanha) entre outras; tem ainda
proferido conferências em diversas instituições culturais e universidades do
México, Colômbia, Brasil, Equador, Nicarágua e Martinica. Obteve o Prêmio
Nacional de Curadoria, outorgado ao coletivo de curadores do Centro de Arte
Contemporânea Wifredo Lam, pelo conjunto do trabalho realizado entre 1989 e
2000, e menção especial (compartilhada) em 2011. É membro da Seção de Crítica
de Arte da UNEAC (União de Escritores e Artistas Cubanos).